Mesmo depois de passado
O tempo que o tempo julga necessário
O travesseiro grita em voz alta
Ecoa nos cantos mais adormecidos
E me apoio na dor de ter crescido
Recolho de volta o ombro amigo
Pra abafar os soluços vindos do passado
Mas já é o presente
E aqui ainda não cheguei inteiro
Metade da cabeça está no seu travesseiro
Que outras cabeças experimentam o que eu tinha
A noite acordado e manhã de conchinha
O dia grudado e a tarde só vinha
Será que você sente falta do que tinha?
- Não precisa ter empatia comigo porque eu não vou ter com você
- Não precisa investir na nossa relação porque eu já não insisto mais
Será mesmo que eu preciso disso?
Se na rua é o descaso que convém para enfrentar o seu dia,
em casa,
você merece alguém que se case,
que passe um café na garrafa pra você ficar mais
pra quem você quer desejar feliz ano novo primeiro? (responda em voz alta pra se ouvir primeiro)
Meu corpo não precisa dessa traição, não
A essência não precisa ser machucada
Nós nem precisamos de um futuro
...
Só eu que fiz um pra me apegar
E continuar
A passagem...
Que foi breve e intensa, sim eu vivo cada amor por inteiro, e para cada raiz que resseca no meu vaso da vida, a analogia que uso para as minhas feridas, renasce um'outra vida no meu canteiro, que aos poucos se toma de mato, aquele a gente tira pra não roubar a energia da terra que está regada de novas sementes.
Só é dar tempo, água, palavras, carinho, você não é perfeito e só pode dar isso. É só dar tempo, atenção, respeito, um amigo, que eu não sou perfeito e só sei dar isso.
Deixe essa vida crescer para o sol de braços abertos, ela precisa disso pra evoluir e crescer, como também se libertar dos galhos velhos ressecados, que se você não podar eles caem por si só.
Renascendo, aprendendo e crescendo ao sol,
sou e me ocupo,
evoluo ao passo e me fecho pra dentro, me aprofundo, me conheço...
aprendo meu tempo, o mostro e me respeito.
Você já se levantou uma manhã achando que seria a última? A última vez que daria um abraço apertado em alguém, ou a última vez que conseguiria simplesmente fechar e abrir os olhos. Deveríamos nos perguntar isso mais vezes ou justamente é esse o ponto que nos torna parte de uma media que não se pergunta para onde está indo?
Porque há tantas histórias que ainda não vivemos, tantas coisas novas pra contar, e se elas são novidade é porque eu estive andando sozinho, desde o dia em que eu abri meus olhos e soube que vivi todo dia como se fosse o último, até acertar.
Sou muito grato por todas as vezes em que suspirei falando seu nome ou me peguei pensando em como sou sortudo, por caminhar e evoluir do seu lado.
Sou grato por seu corpo sadio, lindo, com o cheiro que eu venero, com a boca que eu gosto de beijar, com o toque tão preciso, e fluídos tão gostosos, sou grato por te querer cada dia mais, e mais a cada dia.
Sou grato por te encontrar
Sou grato por saber lidar
Sou grato por dar atenção
Sou grato por bajulação
Sou grato por não desistir
Sou grato por sempre sorrir
Sou grato por permanecer
Sou grato por nos satisfazer
Sou grato por seguir (mais) adiante
Sou grato por olhar (mais) distante
Sou grato pela forma de pensar
Sou grato por não deixar passar
Sou grato pelo ar que respiramos
Sou grato pela gravidade a nos pesar
Sou grato pelo sim e pelo não
Sou grato por talvez e até quem sabe
Sou grato mesmo pela manhã que inicia e pelo sol que bate na janela do seu quarto a nos acordar, e devagarzinho você se ajeita para se posicionar com os olhos nos meus olhos, pra ser a primeira visão do meu dia, e depois de acordar sou grato por você existir e agradeço mais ainda por seu amor, tão livre, nos livrar do mal. Gratidão.
Em cada laço que entorna seu pescoço
Onde a fita são meus braços e afeto
Eu me jogo, permaneço, me encontro
Cada nó eu me sinto mais completo
A cada música nova que eu descubro
Ou segredo que eu tenha para contar
É correndo, certeiro, te encontro
Cada história foi feita pra compartilhar
Cada rua que passei até conseguir chegar
Ou as estações que conto pra te abraçar
São percursos, preparação, são longas
Cada espera anseia pra nos conectar
